FELIZMENTE, ESTA JORNALISTA RETRATA A PURA REALIDADE DO QUE OCORRE HOJE NO DISTRITO FEDERAL. ELA NÃO É VINCULADA A NENHUM GRANDE JORNAL, SIMPLESMENTE APENAS QUIS EXPRESSAR SUA INDIGNAÇÃO, COMO A DE MUITOS MORADORES HOJE NO DF, COM RELAÇÃO A FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PELA QUALIDADE DE VIDA NO DF E PELA DEFESA DO MEIO AMBIENTE. (INFORMAMOS QUE TODOS OS E-MAILS ENVIADOS SERÃO OPORTUNAMENTE PUBLICADOS NESTE BLOG, PEDIMOS A COMPREENSÃO DE TODOS). LEIAM A CARTA:
Caros Senhores,
Tenho observado, com indignação, o que estão fazendo com nossas árvores para construir tantas pistas e viadutos. Moro em Águas Claras e diariamente pego a EPTG que, diga-se de passagem, está um caos.
Nas áreas centrais da pista temos árvores que demoraram dezenas de anos para crescer e, desde que começaram as obras, as vejo minguando a cada dia. Nada que ,se plantar daqui para frente será o mesmo.
Já observei que para evitar um choque comunitário, adotaram (GDF) uma estratégia: não tiram as árvores todas de uma vez. Vão quebrando galhos, deixando ali no chão, eles vão secando, morrendo, a árvore vai diminuindo, até que um dia, quando você nem está reparando mais nela, cortam. Outras vezes, vão tirando uma aqui, outra ali, daí não damos conta de quantas foram arrancadas.
Assim aconteceu com um ipê rosa, plantado em cima do viaduto de entrada do Guará I. Eu fiquei namorando ele e um outro, que fica do outro lado da pista, quase paralelos, durante anos. Todas suas fases são lindas: quando cheios de folhas, formam uma copa verde e calma, que dá vontade de deitar embaixo; quando caem as folhas, os galhos desnudos esparramam-se no céu azulado; quando florescem, cheios de cachos cor-de-rosa, nos oferecem uma visão da grandiosidade divina e da natureza. Pois outro dia, estarrecida, constatei que tinham arrancado o maior deles, que ficava no sentido Guará-Taguatinga.
No fundo eu sabia que iam arrancar, mas desejava estar errada. Penso que poderiam ter tirado com raiz e levado para outro lugar, replantado, para trazê-lo para nós depois... Mas sei que isso não vai acontecer.
Também observo alguns grandes pés de caju que estão próximos ao setor Lúcio Costa, perto da ponte da via férrea. Assim como o ipê, prefiro acreditar que terão compaixão e não vão tirar, que alguém vai fazer alguma coisa, mas não sei, alguns galhos já estão quebrados...
Jamais vão conseguir repor essas árvores, jamais vão nos devolver nossa EPTG verde, dividida por chácaras com plantações milimetradas, como víamos antes de Vicente Pires e Águas Claras. Essa cena deixamos de ver há tempos. Estão criando uma linha verde que nada de verde terá.
Precisamos de ampliação das vias, de melhoria no trânsito, mas não queremos sacrificar a natureza. Será que eles ousariam consultar a comunidade para decidir a melhor alternativa? Não seria melhor que subtrair as árvores aos poucos?
O que estão fazendo os órgãos ambientais? O que pensa a comunidade? Qual será o impacto na natureza? Seria possível evitar muitas derrubadas?
São perguntas que me faço diariamente e fica aí uma sugestão para pauta que, acredito, causará polêmica e desconforto a muitos.
Meiriluce Santos
Jornalista
Caros Senhores,
Tenho observado, com indignação, o que estão fazendo com nossas árvores para construir tantas pistas e viadutos. Moro em Águas Claras e diariamente pego a EPTG que, diga-se de passagem, está um caos.
Nas áreas centrais da pista temos árvores que demoraram dezenas de anos para crescer e, desde que começaram as obras, as vejo minguando a cada dia. Nada que ,se plantar daqui para frente será o mesmo.
Já observei que para evitar um choque comunitário, adotaram (GDF) uma estratégia: não tiram as árvores todas de uma vez. Vão quebrando galhos, deixando ali no chão, eles vão secando, morrendo, a árvore vai diminuindo, até que um dia, quando você nem está reparando mais nela, cortam. Outras vezes, vão tirando uma aqui, outra ali, daí não damos conta de quantas foram arrancadas.
Assim aconteceu com um ipê rosa, plantado em cima do viaduto de entrada do Guará I. Eu fiquei namorando ele e um outro, que fica do outro lado da pista, quase paralelos, durante anos. Todas suas fases são lindas: quando cheios de folhas, formam uma copa verde e calma, que dá vontade de deitar embaixo; quando caem as folhas, os galhos desnudos esparramam-se no céu azulado; quando florescem, cheios de cachos cor-de-rosa, nos oferecem uma visão da grandiosidade divina e da natureza. Pois outro dia, estarrecida, constatei que tinham arrancado o maior deles, que ficava no sentido Guará-Taguatinga.
No fundo eu sabia que iam arrancar, mas desejava estar errada. Penso que poderiam ter tirado com raiz e levado para outro lugar, replantado, para trazê-lo para nós depois... Mas sei que isso não vai acontecer.
Também observo alguns grandes pés de caju que estão próximos ao setor Lúcio Costa, perto da ponte da via férrea. Assim como o ipê, prefiro acreditar que terão compaixão e não vão tirar, que alguém vai fazer alguma coisa, mas não sei, alguns galhos já estão quebrados...
Jamais vão conseguir repor essas árvores, jamais vão nos devolver nossa EPTG verde, dividida por chácaras com plantações milimetradas, como víamos antes de Vicente Pires e Águas Claras. Essa cena deixamos de ver há tempos. Estão criando uma linha verde que nada de verde terá.
Precisamos de ampliação das vias, de melhoria no trânsito, mas não queremos sacrificar a natureza. Será que eles ousariam consultar a comunidade para decidir a melhor alternativa? Não seria melhor que subtrair as árvores aos poucos?
O que estão fazendo os órgãos ambientais? O que pensa a comunidade? Qual será o impacto na natureza? Seria possível evitar muitas derrubadas?
São perguntas que me faço diariamente e fica aí uma sugestão para pauta que, acredito, causará polêmica e desconforto a muitos.
Meiriluce Santos
Jornalista