PERGUNTAR NÃO OFENDE: SERÁ QUE O GOVERNO DEIXA O TEMPO PASSAR DE PROPÓSITO, PARA OS PARQUES FICAREM SUCATEADOS E DEPOIS DIZEREM QUE É MELHOR MUDAR A DESTINAÇÃO PARA "PRESERVAR" ESSAS ÁREAS? A QUEM INTERESSA O SUCATEAMENTO DOS PARQUES PÚBLICOS DO DF?
E A Grande Imprensa Braziliense, CONTINUARÁ SEM NOTICIAR NADA SOBRE O ABANDONO DOS PARQUES DO DF?
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GAMA
Parque sem estrutura
17/10/2009 17h15
19 famílias ocupam área destinada a implementação do Parque do Gama. Lugar também é utilizado por igrejas, auto-escolas e usuários de droga
Priscila Rangel
priscila.rangel@jornalalobrasilia.com
O Gama tem uma área de 580 mil metros reservada por lei para a criação de um Parque, mas o projeto ainda não saiu do papel. Enquanto isso, a região é utilizada por 19 famílias, que vivem em seis chácaras na região, totalizando 84 moradores. Além deles, uma igreja Assembléia de Deus, uma loja Maçônica, uma igreja Católica, duas associações de idosos e um espaço para aulas de direção estão localizadas por lá.
A região do Parque Urbano Vivencial do Gama é usada para diversos fins, exceto o de sua destinação. Apesar da criação do parque ter sido definida por lei, segundo o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF – Brasília Ambiental (Ibram), nenhum recurso foi destinado para a construção de infraestrutura para o parque esse ano.
Por se tratar de um parque com características urbanas, o projeto do local prevê a construção de uma pista de cooper, quadras poliesportivas e equipamentos para ginástica. Mas, o que se vê por lá é o abandono. As cercas estão destruídas, as crianças jogam futebol em campos improvisados e cavalos caminham soltos pela região.
Nos finais de semana, alguns trechos da área ficam repletos de carros estacionados. A cerca verde em volta do Parque está destruída em vários pontos e também é utilizada para pendurar faixas e anúncios comerciais, principalmente, próximo à Feira Permanente do Gama. Muitos motoristas aproveitam as brechas na cerca para invadir a área e estacionar os carros.
Para Hugo Gutemberg, técnico em administração pública do IBRAM, responsável pelo Parque Urbano Vivencial Norte do Gama não é possível afirmar que os comerciantes derrubaram a cerca. “ Não sabemos quem destruiu parte da cerca, pode ter sido gente da feira para obter estacionamento para os clientes, mas também podem ter sido os vândalos”, analisa o técnico.
O Instituto Brasília Ambiental, em seu último levantamento, detectou a presença regular de usuários de drogas, mendigos, pessoas suspeitas e vândalos no local. Eles costumam se concentrar em baixo das árvores, próximo aos campos de futebol improvisados, em frente a quadra 2 do Gama.
Hugo Gutemberg garante que é feita uma vistoria semanal para verificar as condições da nascente que brota no interior do parque. “ A nascente fica muito próxima das chácaras. Ela está cercada, mas mesmo assim, ainda não está devidamente guardada porque não existe uma sede nossa dentro do parque”, justifica.
O servidor público Uarlan Rocha, tem 24 anos e mora no Gama desde que nasceu. Ele gostaria que o parque deixasse de ser apenas uma área verde abandonada e se tornasse uma opção de lazer para a cidade. “ Acho que o parque, se fosse construído, seria com certeza uma ótima opção para o Gama que tem poucas áreas de lazer. Sem dúvida, somaria muito”, garante Uarlan.
Os principais problemas do parque, segundo o técnico do Ibram, são as seis chácaras instaladas e as cinco edificações - igreja Assembleia de Deus, loja Maçônica, igreja católica e duas associações de idosos - construídas na área do parque. . O outro grande problema é quanto a implantação do Parque, este é consenso entre a população local e uma reivindicação antiga.
Davi Camargo Dias mora e trabalha na área do parque há 19 anos, com a família. Ele gosta muito do sossego da região e se pudesse escolher continuaria morando lá. “Eles vieram aqui pra conversar com a gente, mas já faz tempo. Se quiserem tirar a gente daqui, vão ter que pagar a indenização”, afirma Davi.
A Lei nº 1959, de 8 de junho de 1998, criou o Parque Urbano e Vivencial do Gama, localizado entre as Quadras 1 e 2 do Setor Norte da Região Administrativa do Gama. A lei é de iniciativa do Legislativo e define que o Poder Executivo seria o responsável por delimitar a poligonal do parque, que teria como objetivo propiciar lazer, recreação e o desenvolvimento de atividades culturais e educativas.
Porém, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) foi apresentada em agosto de 2008 sob a alegação de que o Legislativo não pode tomar a iniciativa de lei que disponha sobre a administração de áreas públicas e uso e ocupação do solo no Distrito Federal. Neste tema é exclusiva a iniciativa do Executivo, conforme dispõe a Lei Orgânica do Distrito Federal.
Da redação do Jornal Alô Brasília