22 de ago. de 2009

GDF: SOBRA VONTADE POLÍTICA PARA ALAVANCAR EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS. E O MEIO AMBIENTE?

O texto abaixo foi enviado por um morador e apoiador do MOVIMENTO EM DEFESA DO PARQUE ECOLÓGICO DO GUARÁ E DA RESERVA ECOLÓGICA DO GUARÁ. Aproveitamos para agradecer as inúmeras colaborações que temos recebido de todos.

Conforme reportagem divulgada hoje (22/09/2009) pelo CORREIO BRAZILIENSE, é triste constatar mais uma vez a tamanha vontade política do GDF em atender o setor privado. A um tempo o GDF fala em melhorias para a população, mas o que qualquer pessoa com o mínimo de dicernimento percebe é que a máquina pública na verdade está servindo, a plenos motores, ao capital privado especulativo, ou seja, é dinheiro público financiando o setor privado.

O que dizem ser "um presente para Brasília" na verdade é uma grande incoerência com o plano urbanístico previsto para a região de Brasília, plano este que ao invés de ser implantado em outras regiões do DF, ficou restrito somente ao Plano Piloto.

Na concepção de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, Brasília foi concebida sem muros nem divisões, mas devido a explosão populacional por que passa hoje o DF, caminhamos na contramão da arquitetura moderna e da própria história da capital onde ainda vemos a ausência de políticas públicas sérias para se planejar o DF, fazendo com que o setor privado domine esse vácuo do poder público por meio de ações que em um futuro próximo vai transformar o DF em mais uma "São Paulo" ou um novo "Rio de Janeiro":

- o DF não foi concebido para condomínios fechados;
- foi planejado para chegar a apenas 500 mil habitantes em 2000 (portanto já passou da hora de parar de construir novas áreas habitacionais);
- as tantas obras de que o governo se gaba em ser autor certamente ajudará a população que hoje mora no DF, mas essas obras são para viabilizar, conforme reportagem do CORREIO BRAZILIENSE, as obras bilionárias das grandes empreiteiras, inclusive a do próprio vice-governador, que sem o menor pudor assume publicamente ser vice-governador e ser autor de obra imobiliária bilionária, e ainda diz que a obra "é um presente para Brasília". O presente será para o bolso deles.

Brasília está prestes a se tornar um quadrado no meio do cerrado cercado por prédios e é preciso que o GDF seja mais responsável pois essas ações terão graves consequências a médio e longo prazo no que refere ao vertiginoso aumento da violência, falta de saneamento para todos, falta de escolas e hospitais, e tudo isso aumentará (e já está aumentando) ainda mais o GRANDE ABISMO SOCIAL que hoje impera no DF.

Além de políticas públicas sérias voltadas realmente para a sociedade (e não para grupos econômicos), entendemos que o DF hoje precisa urgentemente olhar para seu meio ambiente pois o DF foi construído em cima de uma APA (Área de Proteção Ambiental) e hoje resta apenas menos de 30% dessa área.

Meio ambiente é sobretudo qualidade de vida e respeito com a comunidade, principalmente com os pioneiros que construíram arduamente a nova Capital da República.

Ao dizer que está fazendo obras e melhorias nas cidades, o poder público não faz mais que sua obrigação e a população tem que parar de tomar isso como favor pois tais obras são frutos do imposto que todos pagamos para o governo (segundo o IBGE, o trabalhor brasileiro trabalha quase meio ano para pagar todos os impostos).

A população não quer ver a máquina pública a serviço de particulares. Queremos ver o governo trabalhando para melhorar a vida de quem hoje mora no DF, e não fazer obras para preparar as cidades para mais moradores, o DISTRITO FEDERAL não aguenta mais gente pois a qualidade de vida cairá proporcionalmente ao aumento urbano na capital, isso é um fato que inclusive conta com dados do IBGE.

Por tudo isso, queremos que o PARQUE ECOLÓGICO DO GUARÁ seja implantado imediatamente pois, se o GDF tem tanta disposição para fazer obras milionárias, porque então que ele se nega a sequer falar sobre a questão? Porque o governo não encara definitivamente essa questão de frente e implanta esse parque que há anos vem sendo reivindicado pela população?

Até quando as autoridades públicas (Governador, Vice e companhia) se negarão em tocar no assunto e, até quando, os principais jornais impressos do DF se negarão a noticiar a verdade dos fatos com relação a questão do PARQUE DO GUARÁ. Até quando?

Abaixo segue a reportagem de hoje publicada no CORREIO BRAZILIENSE:

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R$ 1,2 bi para dar um novo bairro ao DF
PAULO OCTAVIO e Via Engenharia se unem para implantar, em Taguatinga, o Península Residencial

VÂNIA CRISTINO

Dentro de pouco tempo Brasília vai contar com um novo bairro, desenhado no estilo de um condomínio fechado, com toda a segurança para seus moradores. Tratase do Residencial Península, um lançamento conjunto da PAULO OCTAVIO Investimentos Imobiliários e da Via Engenharia, duas tradicionais empresas da cidade.

Com investimentos de R$ 1,2 bilhão, o empreendimento será composto por 17 torres residenciais, com um total de 1.951 unidades de três e quatro quartos. O lançamento da primeira etapa será na próxima quinta-feira.

Nessa primeira fase, cuja construção deverá estar concluída em 30 meses - entrega prevista para agosto de 2012 - estão quatro blocos que receberam nomes de ilhas: Vitória, Itaparica, Abrolhos e Ilhabela. Os apartamentos terão área entre 103 e 180m2. No total serão 444 unidades, que poderão ser adquiridas já no lançamento em condições facilitadas para os compradores e com a garantia de financiamento, a partir da entrega das chaves, da Fundação Habitacional do Exército (Poupex), em até 300 meses.

A previsão dos construtores é que o metro quadrado custe entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil.

"É um empreendimento grandioso, que deverá gerar 1.250 empregos diretos", disse o diretor da PauloOctavio, Marcelo Carvalho.

Segundo o presidente da Via Engenharia, Fernando Queiroz, a união das duas empresas para a realização do projeto garantirá a entrega de um bairro residencial com o mais alto padrão de qualidade e tecnologia. "Esse é um presente antecipado para o cinquentenário de Brasília", afirmou.

O novo bairro tem localização privilegiada. O terreno, com 65 mil m2, fica entre Águas Claras e Taguatinga, às margens da futura Linha Verde. O acesso hoje está complicado devido às obras em desenvolvimento pelo Governo do Distrito Federal. A situação, no entanto, será outra quando o empreendimento estiver pronto.

Além do acesso pelo Pistão Sul e EPTG , os moradores terão opção pela Avenida Araucárias e também pelo metrô, cuja estação está a apenas 180 metros do empreendimento.

Para proporcionar comodidade aos moradores, o novo bairro contará com uma área de comércio local, com 39 lojas que oferecerão os mais diversos produtos e serviços. O projeto paisagístico é de Benedito Abudd, sendo que a arquitetura ficou a cargo do escritório Gomes Figueiredo.